“Projeto Social da Saúde Mental com Futsal – Passe a Palavra para Deficientes Auditivos encerra o campeonato no próximo domingoProjeto Social da Saúde Mental com Futsal – Passe a Palavra para Deficientes Auditivos” encerra o campeonato no próximo domingo

O “Projeto Social da Saúde Mental com Futsal – Passe a Palavra para Deficientes Auditivos” está chegando em sua reta final. No próximo domingo (15), das 08h às 12h, no CEU Heliópolis Professora Arlete Persoli (Estrada das Lágrimas, 2385 – Ipiranga). Entrada franca.

Os times finalistas formados por ouvintes e não ouvintes disputarão a premiação das categorias Ouro, Prata e Bronze. Todos os times serão premiados em reconhecimento pela participação em todos os jogos. Na reta final da disputa na Série Prata estão “Só Tapa A (surdos) x Nacional Diadema (ouvintes)” com jogo às 8 horas; na Série Ouro “Só Tapa B (misto) x Babilônia (ouvintes)”, às 9 horas e os times Vila Nova Cachoeirinha (surdos) x Lion Brave (surdos) disputarão a medalha da Série Bronze encerrarão o campeonato.

Na arbitragem estão: o juiz Adilson Miranda, experiente nos trabalhos com Pessoas com Deficiência e o auxiliar Ricardo Rodrigues que trabalha há quinze anos, também com PcD,  e declara que é uma experiência incrível participar desse projeto, inserido nesse universo de pessoas não ouvintes jogando com ouvintes “Estamos sempre correndo atrás dos nossos objetivos e obrigações que não paramos para perceber o que eles sentem e necessitam. Esse tipo de experimento é muito importante, principalmente em atividades esportivas. A nossa comunicação no campo se dá pelas expressões faciais, comunicação por sinais. É gratificante perceber que, aos poucos, estamos aprendendo sobre respeito aos nossos semelhantes, praticando a empatia”.

Para o Psicólogo esportivo Vítor Panicali Mello Guida que participa do projeto com palestras e atendimentos que exploram temáticas pertinentes às questões psicossociais enfrentadas pela comunidade surda no âmbito geral; principalmente porque os não ouvintes que sentem muita dificuldade na comunicação com as pessoas, especialmente no ambiente familiar onde não conseguem ser entendidos e se fazerem entender “Tem sido um desafio gigantesco, até porque é a primeira vez que faço um trabalho com pessoas não ouvintes. Já trabalho com esportes durante um certo tempo e nesse sentido é muito tranquilo para mim, mas acho que tem dois desafios grandes que é trabalhar com o público socialmente mais vulnerável em termos de moradia e renda, principalmente os não ouvintes, que é boa parte dos participantes do Projeto e tem sido muito interessante, estou aprendendo e aprendendo mais a sobre essa população e me despertou a intenção de continuar participando mais de projetos semelhantes, auxiliando mais as pessoas”.  

Ernani Elias, Presidente da Associação Comercial Heliópolis “É muito gratificante participar junto com o Instituto Humanus desse projeto inclusivo. Aqui em Heliópolis já tínhamos essa preocupação de levantar a quantidade de pessoas deficientes que habitam na comunidade e colocá-los perante a sociedade, pois sabemos que eles têm muitas dificuldades e o futebol aproxima as pessoas. Esse campeonato marca o início de muitos outros que virão para trazê-los de forma igualitária através do futebol. Só começamos a entender o outro quando experimentamos uma dor semelhante e trabalhar com o social traz essa empatia e o entendimento e nós enquanto sociedade, presidentes de ONGs, temos o dever de trazer auxílio para a sociedade, também hoje há a preocupação com a longevidade e precisamos nos preocupar desde já com a inserção dessas pessoas, inseri-los em esportes, trabalho, saúde para que futuramente já estejam assistidos para essa etapa posterior. Uma das preocupações das famílias que possuem PcD em casa é do respaldo que os seus entes terão quando os seus cuidadores familiares já não estiverem mais aqui e essa é uma conversa frequente com o presidente do Instituto Humanus, que agora faço parte. É preciso estar aberto a aprender mais para assim, contribuir com o meio”.

A convivência entre pessoas com e sem deficiência é essencial para construir uma sociedade mais inclusiva, igualitária e solidária. Esta interação é enriquecedora tanto para aqueles com deficiência, que se sentem parte integrante do cotidiano social, como para aqueles sem deficiência, que desenvolvem empatia, respeito e compreensão por realidades diferentes da sua.

Para Thiago Batista Silva, intérprete de libras da Voice In Hands, que já possui experiência em participações de campeonatos esportivos entre surdos no eixo São Paulo e Rio de Janeiro “É sempre bom tê-los engajados no esporte e é bom poder participar e promover a inclusão. Não existem barreiras para a comunicação que costumo dizer ser inerente ao ser humano, sempre damos um jeito para nos comunicarmos e os surdos fazem isso desde que nasceram, são brasileiros que parecem estar em outro país, pois a cultura deles é diferente pois têm que se adequar a nossa, que somos ouvintes e eles vão se juntando em comunidades e vão promovendo esportes, moda, e outras coisas, são muito pulsantes. Os surdos antigamente não tinham tanta independência como hoje, pois a comunicação era restrita. A inclusão tem sido promovida em vários lugares, tem sido obrigatório ter intérprete de libras em eventos e outros lugares e isso tem incentivado a circulação dessas pessoas em peças, shows, esportes e agora nos deparamos com surdos em vários lugares e agora precisamos aprender a interagir e a nos comunicarmos com eles, promovendo não só a inclusão, mas a “humanidade” para alertá-los de algum acontecimento do entorno, ajuda-los com informações básicas quando percebermos quando estão em dificuldades de comunicação”.

Para Cleusa Mangueira Sonnewend, coordenadora deste Projeto, que possui vasta experiência com crianças, jovens e adultos do Heliópolis, esta experiência está sendo incrível, pois mesmo que já saiba de suas dificuldades e habilidades envolver-se com o futsal foi um aprendizado sobre regras; além disso sou a que estou nos bastidores e que apaga o fogo onde ele existir; então conviver com pessoas com deficiência e vulneráveis socialmente sempre será um grande desafio.

O Projeto é uma realização do Instituto Humanus para Pessoas com Deficiência com organização de Anderson Nascimento que desenvolve trabalhos sociais e esportivos com jovens maiores de dezoito anos da comunidade de Heliópolis.

“Esperamos que a comunidade do entorno possa acompanhar e prestigiar os jogos finais e que participem das próximas edições, pois está sendo uma experiência incrível promover a integração através do esporte sem deixar de lado a importância de promover a integração social da comunidade surda disputando com pessoas ouvintes, sem a menor distinção. É nisso o que acreditamos e estamos empenhados a continuar promovendo mais ações imersivas”, declara Rodolfo Sonnewend, presidente do Instituto Humanus.  

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